quarta-feira, 17 de maio de 2017

Alfabetização Literária: os bebês e seus modos de ler

A pesquisadora com o seu bebê, em 1996
Como ensinar um bebê a gostar de ler?
A partir de estudos iniciados em 2015 com bebês desde o nascimento, pretendo descrever a “educação para o gosto” ofertada a um grupo de bebês que, aleatoriamente, foram sendo incorporados à investigação.
Parto do princípio de que a leitura, habilidade adquirida de crucial importância para a vida dos humanos em sociedade, deve ser apresentada à infância logo que nossos filhotes indiquem suportar a própria cabeça: quando conseguem ficar eretos, sentados sozinhos ou em nossos colos. É nesse momento que podem ser apresentados ao comportamento leitor que é aqui descrito como um grupo encadeado de atitudes que se sucedem e do qual faz parte o observar, ouvir, conter, abrir, folhear, ler, preservar, fechar e guardar.
Se bebês não têm manual de uso, como muitos de nós poderíamos desejar, por que não apresentar a eles o livro e a literatura desde tenra idade e em seus atributos? Por que não inseri-los no mundo da cultura letrada desde os primeiros contatos? Argumento que essa “apresentação”, no entanto, não pode ser eventual, aleatória, desorganizada, espontânea.
Como fonte teórica para o diálogo com as descobertas que realizo desde maio de 2015, utilizei-me de pensadores para quem as práticas formadoras do leitor são definidas pelo conteúdo – o que ler – e pelos procedimentos ou “como” ler. No primeiro aspecto, Cademartori (2014), Machado (2002), Paulino (2014) e Zilberman (2005), concordam que o texto literário deve ser ponto de partida para a alfabetização literária.
Com relação aos procedimentos, Tzvetan Todorov (2010) nos ensina que a principal função de um professor é iniciar os seus “nessa parte tão essencial de nossa existência que é o contato com a grande literatura” e que à escola deveria “ensinar os alunos a amar a literatura”. Entre os resultados, meninas e meninos bem pequenos e seus modos de ler literatura.
A seguir, os slides da palestra que fiz sobre o tema em 26/04/2017, a convite do Programa em Residência Médica em Pediatria do HE/UFPel, a convite do Supervisor, Dr. Amilcare Vecchi.











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Alfabeteando...

Um "Alfabeto à parte" foi criado em setembro de 2008 e tem como objetivo discutir a leitura e a literatura na escola. Nele disponibilizo o que penso, estudos sobre documentos raros e meus contos, além de uma lista do que gosto de ler. Alguns momentos importantes estão aqui. 2013 – Publicação dos estudos sobre o Abecedário Ilustrado Meu ABC, de Erico Verissimo, publicado pelas Oficinas Gráficas da Livraria do Globo em 1936; 2015 – Inauguração da Sala de Leitura Erico Verissimo, na FaE/UFPel; 2016 – Restauro e ambientação da Biblioteca na Escola Fernando Treptow, inaugurada em 25 de novembro; 2017 – Escrita da Biografia literária de João Bez Batti, a partir de relatos pessoais. Bilíngue – português e italiano – tornou-se um E-Book; 2018 – Feira do Livro com Anna Claudia Ramos (http://annaclaudiaramos.com.br/). 2019 – Produção de Íris e a Beterraba, um livro digital ilustrado por crianças; 2020 – Produção de Uma quarentena de Receitas, um livro criado para comemorar a vida; 2021 – Ruas Rosas e Um abraço e um chá, duas produções com a UNAPI; 2022 – Inicio de Pesquisa de Pós-Doutorado em acervos universitários. Foco: Há livros literários para crianças que abordem o ECA? 2023 – Tragicamente obsoletos: Publicação de um catálogo com livros para a infância.

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